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Centro de Memória entrevista procuradores que atuaram no Tribunal do Júri, na 15ª edição do projeto Personalidades do MPRJ
Publicado em Wed Feb 23 17:11:30 GMT 2022 - Atualizado em Wed Feb 23 17:11:23 GMT 2022

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior (CDM/MPRJ), realizou nesta terça-feira (22/02), a gravação da 15ª edição do projeto Personalidades do MPRJ, "Tribunal do Júri: A Vitrine do Ministério Público?”. Foram entrevistados os procuradores de Justiça aposentados Ana Maria Gattás Bara, Giuseppe Ítalo Brasilino Vitagliano, José Carlos da Cruz Ribeiro e Telma Musse Diuana. A entrevista, mediada pelo coordenador do CDM/MPRJ, Márcio Klang, foi realizada de maneira híbrida, com parte dos entrevistados tendo comparecido ao Centro de Memória e a outra parte participado pelo aplicativo Teams. 

Na entrevista, os membros do MPRJ falaram de suas carreiras e experiências perante o Tribunal do Júri. Nascida em 1944 em Juiz Fora (MG), Ana Maria Gattás Bara graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e, após quatro anos advogando, ingressou no MP do antigo Estado do Rio em 1972, aposentando-se em 1993. “O MPRJ me escolheu. Eu fui advogada, mas nunca me identifiquei muito com a advocacia. Sempre tive prazer de atuar pelo MP. Tive casos muito marcantes no Tribunal do Júri, mas o que mais marcou talvez tenha sido o de um homem que estava armado com um espeto e matou o outro, que estava armado com uma faca. Para mim, ficou claro que havia sido um caso de legítima defesa, mas o defensor do réu pediu que eu acusasse o seu cliente pois, se ele não o absolvesse, não ganharia seus honorários”, contou, de maneira divertida, Ana Maria.

Giuseppe Ítalo Brasilino Vitagliano, nascido em 1934, e natural de Pedro Leopoldo (MG), graduou-se em Direito pela Universidade Gama Filho em 1958 e ingressou no MP do antigo Estado do Rio em 1966, tornando-se, em 1998, desembargador pelo 5º Constitucional. “Antes de estudar Direito, eu pretendia ser médico mas, com o tempo, passei a assistir aos julgamentos no Tribunal do Júri, me empolguei, e resolvi estudar Direito. Os júris naquela época eram um acontecimento, noticiados pela imprensa, que tinha inclusive uma tribuna no Tribunal da capital. Um caso marcante foi quando inauguraram o presídio Bangu 1, que seria um estabelecimento penal de muito rigor, e houve uma greve de fome e mortes em todos os presídios do RJ, inclusive na Ilha Grande e eu fui designado para acompanhar o inquérito policial, tendo denunciado uma quantidade grande de pessoas pelas mortes”, afirmou Giuseppe. 

Nascido em 1930 em Recife (PE), José Carlos da Cruz Ribeiro graduou-se pela Faculdade de Direito do Catete (atual UERJ), ingressando no MP da extinta Guanabara em 1967. Após seis anos como defensor público, foi designado para o Tribunal do Júri. “Iniciei minha carreira como defensor público, que foi uma escola muito boa, porque eu fazia júri com bons promotores, excelentes e fui pegando o jeito de cada um acusar. Nas negativas de autoria, nos processos em que havia autor conhecido. Fui me moldando na Defensoria Pública e depois passei para a outra trincheira e fiz 450 júris como promotor. O caso Cláudia Lessin Rodrigues foi meu julgamento mais trabalhoso, levou cinco dias. Até então o processo estava correndo e tudo levava a crer que não se chegaria à autoria, mas recebi um telefonema de um jornalista dizendo para procurar um médico que sabia o que tinha acontecido. Infelizmente, porém, o resultado final não foi bom pois o processo foi todo modificado. O juiz chegou a me afastar do caso alegando que eu estava perseguindo o réu, coisa que eu nunca tinha visto”, lembrou o procurador de Justiça aposentado. 

Telma Musse Diuana nasceu em 1938 no Rio de Janeiro, graduou-se pela Faculdade de Direito do Catete (atual UERJ), e ingressou no MP da extinta Guanabara em 1971, como Defensora Pública, tendo se tornado, em 1998, desembargadora pelo 5º Constitucional. “A sociedade mudou. Antes, o Júri recebia processos que envolviam pessoas que chamaríamos de comuns, crimes de paixão, vingança, de amor, que moviam o interesse da sociedade. Hoje, os homicídios não têm significado social, são praticados por bandidos contra bandidos. O que se perdeu não foi o interesse da mídia, que sempre deu uma cobertura muito grande. Os crimes despertavam muito interesse na sociedade, mas hoje mudou-se a natureza do crime e os personagens são outros”, destacou Telma. 

A entrevista com os quatro procuradores de Justiça será reproduzida na íntegra na página do Personalidades do MPRJ e nas redes sociais da instituição.  

Por MPRJ

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