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MPRJ realiza operação para prender 11 policiais militares acusados de torturar e extorquir criminosos
Publicado em Thu May 26 06:47:54 GMT 2022 - Atualizado em Thu May 26 15:45:19 GMT 2022

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realiza, nesta quinta-feira (26/05), a Operação Mercenários, para prender 11 policiais militares integrantes de organização criminosa voltada para os crimes de corrupção, tortura, peculato e concussão. Os policiais, entre outros crimes, sequestravam e extorquiam criminosos, mediante tortura e pagamento de resgate. Até o momento, dez agentes foram presos e um segue foragido. A operação, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e é realizada em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

A operação, que ainda segue em andamento, também está cumprindo 35 mandados de busca e apreensão. Nos endereços ligados aos denunciados foram apreendidos armas de fogo, carregadores, munições calibres 556 e 762, supressor de ruídos, granadas, canivete, camisas da Polícia Civil, balaclava, bloqueador de sinal, rádios transmissores, e comprimidos de entorpecente. Além desse material, foram recolhidos cerca de R$ 135 mil na casa do capitão Anderson Orrico e nas dependências do 15ª BPM.

As investigações tiveram início a partir da análise de dados do aparelho celular do denunciado Adelmo Guerini, apreendido durante a operação Gogue Magogue, realizada em agosto de 2020 para desmantelar um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis na comunidade Asa Branca, em Jacarepaguá. A partir dos dados extraídos do aparelho, verificou-se que policiais militares lotados no GAT (Grupamento de Ações Táticas), do 24º Batalhão da Polícia Militar, e na P2 (Seção de Inteligência da Polícia Militar) do 21º BPM, valendo-se da função desempenhada nos batalhões, integraram organização criminosa para cometer os crimes citados.

Adelmo e os denunciados Mário Paiva Saraiva, Antonio Carlos dos Santos Alves, Denilson de Araújo Sardinha, Weliton Dantas Luiz Junior, Francisco Santos de Melo, Marcelo Paulo dos Anjos Benício e Vitor Mayrinck, integravam a equipe Delta do GAT do 24º Batalhão da Polícia Militar, aliando-se para obter vantagens indevidas, através de acertos de propina com criminosos, em especial traficantes. Quando o acerto não era realizado, os denunciados realizavam atos de violência, através de extorsões, torturas e homicídios, além de desviar parte ou a integralidade de materiais ilícitos apreendidos que, muitas vezes, sequer eram apresentados à autoridade policial.

Em fevereiro de 2020, André Araújo, então subcomandante do 24º BPM assumiu o comando do 21º BPM, levando consigo parte do grupo para formar a P2 do 21º BPM, cujo chefe era Anderson Orrico. A partir deste momento, o esquema criminoso existente no GAT do 24º BPM foi copiado e implementado no 21º BPM, com seus integrantes passando a contar com informantes e arrecadadores de propina próprios. Com isso, passaram a fazer parte da organização criminosa outros cinco policiais militares: Marcelo Leandro Teixeira, Oly do Socorro Biage Cei de Novaes, William de Souza Noronha, Fabiano de Oliveira Salgado e Thiago Santos Cardoso. 

Atualmente, André Araújo comanda o 15º BPM, sendo Anderson Orrico o chefe da P2 do mesmo Batalhão. Mario Paiva Saraiva, Antônio Carlos dos Santos Alves e Denilson Sardinha integram o GAT do 15º BPM. O GAECO/MPRJ está cumprindo mandados de busca e apreensão nos endereços vinculados aos dois primeiros objetivando obter provas acerca da participação deles nos crimes denunciados.

Por MPRJ

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