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MPRJ prende seis pessoas e cumpre 25 mandados de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa do Tandera 
Publicado em Wed May 03 11:59:51 GMT 2023 - Atualizado em Wed May 03 19:00:54 GMT 2023

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em ação conjunta com a Polícia Civil, através da 48ª DP (Seropédica) e da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF), prenderam seis criminosos na manhã desta quarta-feira (03/04), na execução da denominada Operação Epilogue, que mirou integrantes da organização criminosa conhecida como “milícia do Tandera”. Além das seis prisões, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão. Nove pessoas ainda estão foragidas.

De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, torturas, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, praticados principalmente nos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica. 

O GAECO/MPRJ ofereceu denúncia contra 17 integrantes da organização criminosa, entre os quais está o miliciano Danilo Dias Lima, conhecido como “Tandera” e o miliciano Gilson Ingrácio de Souza Junior, vulgo “Juninho Varão”. Foram expedidos 14 mandados de prisão pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital e a ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). 

Foram presos na operação os denunciados Denys Cleberson da Silva Vieira, vulgo “Sardinha”, Jackson Oliveira do Nascimento, vulgo “Jackson”, Alex Sandro Vieira, vulgo “Melecão”, Victor Valladares Silva, vulgo “Valladares” ou “Bradock”, Diego Leite de Assis, vulgo “Bebezão”, e Rodrigo Marendaz Mendes, este último preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso.

Estão foragidos os milicianos Danilo Dias Lima, vulgo “Tandera”, Gilson Ingrácio de Souza Junior, vulgo “Juninho Varão”, Marcelo Morais dos Santos, vulgo “Grande”, “Gigante”, Chefão” ou “Eduardo”, André Felipe Mendes, vulgo “Rocha”, Luiz Fernando Souza Alves, vulgo “Fernandinho”, Rodrigo Cardoso Ferreira, vulgo “Digo”, Anderson Ayrão de Siqueira, vulgo “Leite Ninho”, Arnaldo Belo santos, vulgo “Naldinho”, e Higor Augusto Maciel Amêndola, vulgo “Faustão”. 

Ao longo das investigações foi possível apurar que a organização criminosa em questão vinha, por meio da prática de atos de extremada violência, impondo terror sobre moradores e comerciantes das regiões por eles dominadas, assim como auferindo vultosas quantias como decorrência de suas ações criminosas. Nas contas de armazenamento cujos sigilos foram quebrados, foram identificados vídeos contendo cenas de torturas e assassinatos praticados pelo bando. A organização conta com uma estrutura hierárquica bem delineada, com divisão de funções e tarefas entre seus integrantes. Nos últimos anos a associação criminosa passou a se organizar de maneira ainda mais complexa, buscando infiltrar-se na máquina pública. Nesse sentido, as investigações também revelaram a formação de uma verdadeira “coalizão” entre pré-candidatos a cargos eletivos para as eleições de 2020, na região da Baixada Fluminense, e os líderes da milícia.

Núcleo Político

Por meio das quebras de sigilo de dados telemáticos autorizadas judicialmente foi identificada a gravação de uma reunião ocorrida entre a alta cúpula da organização criminosa e pré-candidatos à Prefeitura dos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica. Em troca do apoio da milícia em suas campanhas eleitorais, os pré-candidatos prometeram entregar aos criminosos Secretarias de Governo, nomeações para cargos públicos, além de beneficiá-los em licitações fraudulentas. Em razão disso, foram os envolvidos denunciados pela prática do crime de organização criminosa.

Processo: 0046366-89.2023.8.19.0001

Por MPRJ

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