O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica (CAO Violência Doméstica/MPRJ) participou, nesta quinta-feira (14/11), de reunião com clubes de futebol e diferentes órgãos para implementação de um protocolo integrado para prevenção à violência contra mulheres nos estádios de futebol. A iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher conta com a participação dos quatro principais clubes do Rio (Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo), o MPRJ, o Tribunal de Justiça, a Secretaria de Estado da Mulher e as polícias Civil e Militar.

O protocolo prevê a atuação integrada de diferentes órgãos em ações e campanhas de sensibilização contra a violência à mulher, incluindo participação ativa dos clubes de futebol. Subcoordenadora do CAO Violência Doméstica, a promotora de Justiça Isabela Jourdan destaca que um protocolo integrado é especialmente relevante diante da constatação de que os casos de agressão contra mulheres aumentam consideravelmente nos dias de jogos.

"O futebol é um grande patrimônio cultural nacional e integra boa parte da construção das masculinidades no país. Esse trabalho de engajamento dos clubes no enfretamento à violência doméstica pode promover maior permeabilidade e sensibilidade da sociedade nessa luta", avalia Jourdan.

O plano de ações integradas leva em consideração que a violência contra meninas e mulheres é uma problemática complexa, que exige uma abordagem multifacetada e integrada para sua efetiva prevenção e enfrentamento. Diante disso, os trabalhos serão divididos em três níveis de prevenção — primário, secundário e terciário —  com objetivo de construir estratégias que não apenas abordem as consequências da violência, mas também suas causas e contextos.

A prevenção primária envolve ações para a ruptura dos padrões culturais das violências contra meninas e mulheres, o que inclui ações educativas, engajamento de ídolos, entre outras. A prevenção secundária trata de estratégias para atuação em casos de violências contra mulheres nos estádios, como a capacitação dos agentes de segurança e a sinalização de espaços de atendimento. Já a prevenção terciária inclui mecanismos de acolhimento e encaminhamento de mulheres vítimas de violências nos estádios.

Por MPRJ