O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (CAO Infância/MPRJ), Afonso Henrique Reis Lemos Pereira, e a assessora internacional da instituição, Carina Senna, receberam, na quarta-feira (20/08), pesquisadores da Universidade de Chicago que atuam com análise de dados para o desenvolvimento de políticas públicas. O objetivo foi alinhar futuras parcerias para o desenvolvimento de pesquisas acerca do perfil e trajetória dos adolescentes em conflito com a lei no Estado do Rio de Janeiro, em especial daqueles que estiveram em lista de espera por vagas em unidades socioeducativas. A promotora de Justiça Carolina Enne, subcoordenadora do CAO Infância e Juventude/MPRJ área infracional, também participou do encontro.

Foram discutidas possíveis colaborações futuras para o aperfeiçoamento constante do Módulo do Adolescente em Conflito com a Lei, sistema em fase de desenvolvimento e que se destina ao acompanhamento do histórico dos adolescentes autores de atos infracionais. Para o coordenador do CAO Infância e Juventude/MPRJ área infracional, a análise científica dos dados atualmente disponíveis possibilitará traçar um diagnóstico mais preciso do atual panorama do sistema socioeducativo e das causas da prática infracional. “A pesquisa servirá de instrumento para fomentar a formulação de políticas públicas baseadas em evidências, qualificando o atendimento socioeducativo prestado aos adolescentes em conflito com a lei”, disse Afonso Henrique. 

De acordo com a assessora internacional do MPRJ, Carina Senna, durante o encontro foram discutidas possíveis diretrizes sobre pesquisas, para que a instituição tenha uma análise técnica e científica sobre os números do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). “O MPRJ está empenhado em trabalhar da melhor forma na questão da recuperação de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Isso é muito importante. Temos a preocupação de trazer as melhores práticas já implementadas ao redor do mundo para o problema da socioeducação no estado do Rio de Janeiro”, destacou.

Chris Blattman, professor da Harris School of Public Policy da Universidade de Chicago e especialista em conflitos globais e crime organizado, enfatizou que só é possível agir quando são criadas as condições para o entendimento de uma situação - para ele, o MPRJ está na direção certa. “Ter o sistema informacional e o interesse institucional de focalizar e trabalhar em conjunto integrado ajuda tanto na parte de processo penal quanto na prevenção, antes e depois do cometimento do ato”, ressaltou o pesquisador. 
 
O encontro contou ainda com as presenças do pesquisador Alexandre Simões, da Universidade de Chicago, e da diretora do Laboratório para Redução da Violência (Leme), Júlia Guerra.

Por MPRJ