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MPRJ denuncia nove policiais militares suspeitos de receberem propina de traficantes da Cidade Alta
Publicado em Sat Jun 10 00:35:24 GMT 2017 - Atualizado em Tue Jun 13 13:23:33 GMT 2017

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), denunciou à Justiça, nesta segunda-feira (12/06), nove policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) do 16º BPM (Olaria). Eles são acusados de terem recebido propina durante operação na Cidade Alta, na Zona Norte do Rio, na madrugada de 02 de maio. Na denúncia, o MPRJ também requer a conversão da prisão temporária em preventiva.

Estão detidos desde o último sábado (10/06), na Unidade Prisional da PMERJ os sargentos Anderson Nandler S. do Nascimento, Fábio Costa da Silva, Antônio Carlos da Cruz, Ricardo Justino Lopes de Medeiros, Marcelo Augusto Cardoso Pereira, Marcelo Theodoro Miranda, Gilmar Baptista dos Santos, André Luiz Ferreira da Silva e Janderson Pereira Anacleto. A ação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

De acordo com a manifestação dos promotores de Justiça Alexandre Themístocles e Eduardo Rodrigues Campos, membros do GAESP/MPRJ, a notícia sobre o recebimento de propina foi feita por um dos 45 traficantes preso durante a operação. Carlos Alberto de Assis Farias, vulgo Cachoeira, preso após a tentativa de retomada, ao receber atendimento médico, revelou um acordo entre os policiais investigados, para que dessem apoio “na manutenção do terreno conquistado” em troca de propina.

A declaração do traficante foi gravada por um policial que fazia sua escolta na unidade de saúde. “As diligências investigatórias provindas do Ministério Público, confirmando o teor do discurso do traficante, fazem conhecer fundadas razões que apontam os investigados como autores dos crimes ora investigados”, afirmaram os promotores em sua promoção.

O traficante fez a denúncia porque disse ter “tomado uma volta” dos policiais, já que pagou para ter apoio na retomada da Comunidade, mas a Polícia Militar prendeu 45 integrantes da facção e apreendeu 36 fuzis. Há suspeita de que os policiais também tenham recebido propina nas outras tentativas da facção de retomar o território, já que todas ocorreram quando o mesmo GATE estava de serviço. O dinheiro teria sido negociado com os policiais por um advogado da facção.

A pedido do MPRJ, a juíza Tula Mello, da 20ª Vara Criminal da capital também determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos policiais.

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