O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotora de Justiça de Investigação Penal da Comarca de Petrópolis, denunciou 44 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas em Petrópolis.  Os acusados associaram-se para o comércio ilícito de substâncias entorpecentes, sob o comando de Luiz Felipe Alves de Azevedo, o Filipinho, e de Daniel Mendes Alves.
 
Consta na denúncia que os dois chefes mantinham uma organização criminosa estruturada, com atribuições diversas, associadas para a prática reiterada e contínua de venda e distribuição de drogas na cidade de Petrópolis. Ainda segundo a denúncia,  a droga movimentada pelos dois era repassada para traficantes locais, que distribuiam pela cidade. Os usuários, através de ligações telefônicas ou pelo aplicativo WhatsApp, solicitavam a droga aos traficantes locais, que encomendavam com os chefes a quantidade necessária.
 
A investigação apontou que a carga de entorpecentes vinha da comunidade Parque União, no complexo de favelas da Maré, por meio de transportadores do grupo, também denunciados. Já na cidade de Petrópolis, outros acusados eram responsáveis por endolar (empacotar em pequenas quantidades) a droga. Há também os chamados "pilotos", que transportavam a droga dentro da cidade; além de olheiros, responsáveis por avisar aos demais denunciados sobre a aproximação da polícia.
 
Ainda segundo a denúncia, Luis Felipe administrava o negócio ilícito de maneira mais sofisticada que Daniel, contando inclusive com a contratação do denunciado Pedro Henrique Cândido de Souza, vulgo Pedrinho, como responsável pela movimentação financeira do grupo, por um salário de aproximadamente R$ 2 mil.
 
"Os ora denunciados, integram associação criminosa com o objetivo de comandar, a princípio, o tráfico de entorpecentes na cidade de Petrópolis, visando a prática reiterada e contínua de entrega de substância entorpecente ao consumo, com verdadeiro esquema de comércio e venda, quando os integrantes dos dois grupos se interligam, colaborando um com o outro, trocando entre si os favores necessários para o bom desenvolvimento do comércio", relata a denúncia. 
 
Parte dos denunciados já cumpre prisão temporária ou está preso devido a outros feitos. Entre os que estão soltos, o MPRJ pediu a prisão preventiva de Luiz Henrique de Souza, vulgo Dolfinho; João Vitor da Cruz; Rodrigo Braga Basílio, vulgo Zé; Adriano de Albuquerque; Sidnei Machado Moreira, vulgo Boi da Mineira; Bruno Santana Lima, vulgo Coelho; e José Leandro Abade, vulgo Leo. Solicitou, ainda, a prisão preventiva de seis denunciados que estão foragidos, são eles: Luis Felipe Alves de Azevedo, vulgo Felipinho; Igor Mesquita Ângelo Gazoni; Junior Manoel dos Santos Souza, vulgo JN; Anderson Coelho da Costa Ferreira; Luis Fernando Silva Borges, vulgo Cabeça; e Renato Moreira de Souza.
 
Todos os 44 foram denunciados por tráfico de drogas (artigo 33 da lei 11.343/06) e associação para o tráfico (artigo 35 da lei 11.343/06).