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MPRJ cumpre mandados de busca e apreensão nas casas de filhos, irmã e cunhada de ex-prefeito de Guapimirim
Publicado em Sun Jan 28 09:31:11 GMT 2018 - Atualizado em Sun Jan 28 09:30:59 GMT 2018

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), realizou nesta terça-feira a operação Flexus III. O objetivo foi cumprir mandados de busca e apreensão nas casas de parentes do ex-prefeito de Guapimirim, Marcus Aurélio Dias. O ex-gestor do município e alguns de seus familiares são acusados de causar um dano ao erário de cerca de R$ 84 milhões por meio de contratos fraudulentos com a ONG Casa Espírita Tesloo, para terceirização de mão de obra.

Na terceira fase da operação Flexus, foram cumpridos mandados nas residências do filho e da filha do ex-prefeito, Marcus Vinícius do Nascimento Dias e Marceli do Nascimento Dias; da irmã do político, Joima Rodrigues da Silva Braga; e da cunhada dele, Sueli Santana da Silva. Nos endereços, foram apreendidos computadores, telefones celulares, comprovantes de recebimento de salários e carteiras de trabalho que ligam os quatro à ONG Tesloo.

Tanto Marcus Aurélio quanto seus familiares foram denunciados por apropriação de bens ou rendas públicas, de acordo com o artigo 1º, inciso I, do Decreto Lei nº 201/67. Segundo a denúncia, assim que assumiu o cargo, em janeiro de 2013, o ex-prefeito nomeou seus dois filhos, a irmã e a cunhada para cargos de assessores especiais na prefeitura de Guapimirim. Porém, no fim do mesmo ano, os exonerou devido a evidências de nepotismo. No entanto, já em fevereiro de 2014, os quatro foram incluídos na folha de pagamento de funcionários da Tesloo, que possuía contrato de terceirização de mão de obra, inclusive para atividade fim, junto ao Munícipio de Guapimirim.

De acordo com as investigações do GAECC/MPRJ, a Tesloo firmou consecutivos contratos milionários para fornecimento de trabalhadores terceirizados com as gestões dos ex-prefeitos Júnior do Posto e Marcos Aurélio. No entanto, não há qualquer comprovação de que estes supostos funcionários efetivamente prestavam os serviços para a ONG ou trabalhassem para a prefeitura.

A Casa Espírita Tesloo possuía apenas 15 funcionários registrados. Porém, pelos contratos, deveria fornecer pelo menos 1.200 trabalhadores para a Prefeitura de Guapimirim.  Segundo os dois procedimentos investigatórios do GAECC/MPRJ, durante o mandato do ex-prefeito Júnior do Posto, a ONG venceu licitação no valor de R$ 17,8 milhões e recebeu todo este montante.  Já na gestão do ex-prefeito Marcos Aurélio, os valores subiram para R$ 66,5 milhões e também foram efetivamente pagos.

Ainda segundo o GAECC/MPRJ, a ONG, que depois teve seu nome alterado para Obra Social João Batista, é de responsabilidade do oficial da Polícia Militar do Rio, Sérgio Pereira de Magalhães Júnior. A Tesloo tem como administradora a cunhada do PM, Luanda Fernanda Fonseca da Silva. Já a sogra dele, Maria de Fátima Fonseca da Silva, responde pelo cargo de presidente da ONG. Em agosto de 2017, as operações Flexus I e II cumpriram mandados de prisão temporária contra os três gestores da Tesloo e os ex-prefeitos Júnior do Posto e Marcus Aurélio. Os cinco, porém, foram soltos por decisão da Justiça.

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