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MPRJ deflagra operação para prender PMs e outros integrantes de milícia em Mesquita
Publicado em Wed Mar 14 08:31:06 GMT 2018 - Atualizado em Wed Mar 14 08:27:38 GMT 2018

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em conjunto com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (DRACO/IE), deflagrou, nesta quarta-feira (14/3), operação para prender envolvidos em esquema de extorsão, formação de milícia e homicídio no Município de Mesquita. São oito mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão, todos expedidos pela 7ª Vara Criminal da Comarca de Nova Iguaçu/Mesquita.

Policiais civis da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) também participam da operação para cumprir mandados de prisão expedidos pela 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu por um homicídio qualificado e uma tentativa de homicídio, que teriam sido cometidos por integrantes do mesmo grupo investigado pelo MPRJ.

Entre os mandados de prisão estão os nomes de quatro policiais militares, dos quais três do 20º BPM: Marcio Lima da Cunha, conhecido como ‘Zebu’, André Lemos da Silva e Tiago Costa Gomes, e um do 39º BPM: Natanael de Oliveira Gonçalves, conhecido como ‘Niel’.  Os outros alvos são Paulo José Lírio Salviano, ex-policial militar; André Silva Nicodemus; Daniel Alex Soares da Silva, conhecido como ‘Escobar’; e Renato de Castro de Oliveira.

De acordo com as investigações, além de cobrar pela taxa de segurança a residências e comerciantes, o grupo exploraria o serviço de distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, venda de água e de gás, transporte alternativo, liberação de vias para shows, cestas básicas e serviços de moto-táxis. Relatos alertam que o bando circula portando fuzis e pistolas pelas ruas.

Segundo testemunha, que mantém uma loja em Mesquita, o PM conhecido como ‘Zebu’ compareceu a seu estabelecimento exigindo o pagamento da quantia de R$ 1 mil semanais a título de taxa de segurança. Dias depois, o comerciante recebeu ligação telefônica de Salviano, marcando um encontro para que pudessem conversar sobre a cobrança.

No dia marcado, o comerciante compareceu ao local, acompanhado de um amigo chamado Vinicius. Salviano e ‘Escobar’, em vez de aproximarem-se do veículo no qual estavam a testemunha e seu amigo, afastaram-se, quando ocupantes de outro automóvel efetuaram diversos disparos de arma de fogo que acabaram causando a morte de Vinicius.

Pela análise dos autos, o MPRJ depreendeu que o atentado sofrido foi uma retaliação do grupo à negativa do comerciante em pagar a taxa.  Em seu extenso depoimento, o comerciante reconheceu os envolvidos, por meio de fotografia, como sendo integrantes da milícia local.

Ainda de acordo com o inquérito, ‘Zebu’ exerceria a função de chefe do grupo, com domínio sobre a atuação dos demais membros. Salviano seria o braço armado do bando, apesar de todos os demais ostentarem armas, operando também como um dos responsáveis pela prática de agiotagem da milícia.

Lemos seria um dos responsáveis pela exploração do sinal de TV a cabo clandestina, além de sempre estar na posse de veículos clonados. Natanael exploraria os pontos de moto-taxis. Além da exploração de cestas básicas, ‘Escobar’ seria o responsável pelo sinal de TV a cabo clandestina, pela escolta armada dos outros integrantes e pela prática de agiotagem.

Inquérito Policial nº405-00036/2018

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