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MPRJ e Polícia Civil descobrem cemitério clandestino em Itaguaí como desdobramento da Operação Freedom
Publicado em Sat Aug 04 10:45:50 GMT 2018 - Atualizado em Sat Aug 04 10:46:48 GMT 2018

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), participou na sexta-feira (03/08) em Itaguaí, em conjunto com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) de desdobramento da Operação Freedom, que cumpriu, na quinta-feira (02/08), 42 mandados de prisão e 90 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua no município. Em um cemitério clandestino, foram encontradas seis ossadas, de corpos ainda não identificados. O Exército e o Segundo Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente do Corpo de Bombeiros auxiliaram nas buscas com homens, cães e equipamentos.
 
De acordo com o promotor de Justiça Jorge Luiz Furquim,  membro do GAECO/MPRJ, a partir da identificação dos corpos será aberto procedimento para a investigação das mortes das vítimas. “Nós sabemos que a autoria das mortes partiu da milícia que comanda a região mas não sabemos a motivação. Por isso, vamos aguardar essa identificação, saber quem são essas pessoas e, a partir daí, solicitar instauração de inquérito junto à 50ª Delegacia de Polícia, responsável pelo caso, para punir os culpados", informou o promotor.
 
Também presente à operação, o promotor de Justiça Fabio Correa de Matos Souza, integrante do GAECO, destacou o trabalho em conjunto do MPRJ com a Polícia Civil para que o cemitério clandestino fosse descoberto. “Temos trabalhado em conjunto para ajudar a desbaratar essa quadrilha. Agora, iremos unir esforços para identificar os culpados por essas mortes. Provavelmente, estas pessoas foram vítimas de acerto de contas, ou seja, tinham dívidas ou divergências com a milícia que atua no local”, afirmou o promotor.
 
Operação Freedom
A Operação investiga o grupo criminoso organizado que atua em Itaguaí e está em expansão para a Costa Verde e Piraí. A milícia opera com bases em condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida” no bairro Chaperó, onde controlam a vida dos moradores e ditam as regras na região, mantendo laços com o grupo de milicianos que domina a região de Santa Cruz e Campo Grande, na Zona Oeste da capital, sendo a organização apontada como responsável por vários homicídios na região de Itaguaí. 
 
De acordo com a denúncia, além de extorsões, os criminosos também exploram, com exclusividade, nos limites territoriais em que atuam, variada gama de outras lucrativas atividades, a exemplo de jogos de azar, do transporte público irregular, do monopólio forçado sobre a venda de água mineral em galões e de cigarros, entre outras atividades ilegais, sempre se valendo de violência armada, de atos de terror e da ideia, real, de cooptação de órgãos e agentes policiais.
 
O policial militar Antonio Carlos de Lima, do 27º BPM, e o ex-policial militar Carlos Eduardo Benevides, expulso da corporação, destacam-se no comando do grupo, mantendo relação de parceria com a milícia chefiada por Welligton da Silva Braga, o “Ecko”, também denunciado. Integra também a organização criminosa o sub-tenente do exército Marco Antônio Cosme Sacramento. Dentre os 42 indiciados, 20 foram presos - 11 ao longo das investigações e nove na operação de quinta-feira (02/08).

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