O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) participou, nesta segunda-feira (30/11), do Encontro de Projeto COPPE/UFRJ, realizado de forma virtual pela plataforma Zoom. Na ocasião, foi apresentado o projeto 'MPRJ em Mapas', com a participação do promotor de Justiça Sidney Rosa, coordenador de Análises, Diagnósticos e Geoprocessamento (CADG/MPRJ). O evento foi oferecido às atuais turmas dos cursos WIDA (Web Intelligence e Analítica de Dados) e MBKM (Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial), ministrados pelo CRIE (Centro de Referência em Inteligência Empresarial), laboratório para empreendedorismo, gestão do conhecimento e inovação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ), justamente no momento em que os alunos inauguram os estudos preparatórios para os projetos finais. 

Marcos Cavalcanti, coordenador do CRIE, fez a abertura forma do encontro, preparando-se para retornar ao Brasil, após um ano nos Estados Unidos. "Ao conceber os cursos pensamos que a parte de projetos não deveria ficar numa prateleira, limitada dentro da universidade, mas que eles pudessem ser disponibilizados para a sociedade. Que a universidade pudesse ajudar a resolver problemas reais, das empresas e que também afetam a vida das pessoas. Daí a ideia de trazer parceiros que já participaram do curso e profissionais que já percorreram esse caminho, e agora podem compartilhar essa experiência conosco", afirmou.

Sidney Rosa iniciou sua apresentação explicando que o 'MP em Mapas' é uma iniciativa do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, desde a época em que era subprocurador-geral, há cinco anos, numa fase em que a instituição percebeu que era preciso aprimorar o olhar sobre os dados internos e externos, para melhor assistir a seus membros e aprimorar seu desempenho, e também permitir que o cidadão comum pudesse ter acesso a dados relevantes. "A ideia era que o MPRJ fosse um vetor de produção de dados não só para consumo interno, mas também externamente. Temos uma equipe composta por 30 pessoas, com geógrafos, desenvolvedores, engenheiros e cientistas de dados, estatísticos, que criou e alimenta uma série de ferramentas voltadas para o tratamento de dados", afirmou, esclarecendo que, a partir dessas informações, o parquet consegue executar sua missão de forma preventiva e proativa.

Na sequência, Sidney Rosa apresentou algumas das ferramentas disponíveis na plataforma  digital (que pode ser acessada aqui), tais como o In Loco (com mais de 500 subcamadas, com dados locais georreferenciados de todo o estado, em temas relevantes como transporte público, saúde e educação); o MPRJ Digital, com informações que auxiliam diretamente o trabalho de promotores e procuradores de Justiça; o Painel de Saneamento Básico (por cada município fluminense) e o Lyra, robô que, com auxílio da inteligência artificial, coleta dados no TJRJ que permitem, por exemplo, identificar questões que somem um grande volume de ações individuais que mereçam ser tratadas de forma coletiva, otimizando a atuação ministerial, até mesmo com notificações online aos membros sobre possíveis anormalidades que devam ser apuradas, como contratações suspeitas, por exemplo. O coordenador aproveitou para reforçar que a instituição está à disposição de órgãos públicos e privados para parcerias. 

Ao final da apresentação, Marcos Cavalcanti fez questão de ressaltar a importância da inovaçãoi realizada no MPRJ. "Talvez as pessoas não tenham a dimensão do que o promotor Sidney Rosa acabou de apresentar aqui. Não existe nenhuma base pública de dados com a dimensão que o 'MP em Mapas' possui. Aqui nos Estados Unidos, temos muitas plataformas com dados de Educação, com notas e informações sobre os alunos, por exemplo. O restante todo, você encontra somente em locais separados, com plataformas não integradas, que não se falam, o que dificulta muito as consultas. No 'MP em Mapas', temos tudo isso junto. É possível consultar onde tem ponto de ônibus no Rio, quais são as empresas, quantas são as escolas e os alunos matriculados, onde tem hospital, como andam as políticas de saneamento, os números da Justiça e da segurança pública. É tudo dado público, acessível. Uma base de riquíssima, sem paralelo no mundo, que dá efetividade à Lei de Acesso à Informação".

A mediação do evento online ficou sob a responsabilidade do professor de Projeto dos cursos do CRIE, Marconi Pereira, que convidou a servidora do MPRJ, Mônica Coculilo, a também fazer sua apresentação no Encontro de Projeto COPPE/UFRJ. Ela faz parte da equipe do Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso  (IERRB/MPRJ), e integra o Observatório Macional de Adoção, criado dentro do MPRJ com o objetivo de ser um repositório nacional de dados sobre adoção. A partir do cruzamento de diversos dados nacionais e locais, o projeto atraiu a atenção de pesquisadores e instituições dedicadas à questão da adoção no país, colaborando para viabilizar e acelerar estes processos em nível nacional.

Na continuidade do evento, houve a apresentação de inovações da Proteste em procedimentos em defesa do consumidor, a cargo de Laila Braga Vilela; além das participações dos ex-alunos Victor Couto Alves e Leonardo Luiz Fonseca de Oliveira que, respectivamente, apresentaram seus projetos de 'Gestão de Conhecimento Pessoal' e de 'Big Data Estratégico: Metodologia para Tomada de Decisão na Prevenção de Acidentes com Suporte das Tecnologias Digitais', com inspiração no acidente na Barragem de Brumadinho (MG), ocorrido em janeiro de 2019. 

Confira a íntegra das apresentações.

Por MPRJ