Nicanor Medici Fischer nasceu em 09 de novembro de 1930 em Bagé, Rio Grande do Sul. Filho do advogado Brenno Fischer e de Rosa Medici Fischer. Após a conclusão do ensino básico em Porto Alegre, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro em 1951, ingressando no curso de Direito da PUC-Rio. Acostumado com a área do Direito, por acompanhar o pai no ofício durante a infância, a escolha foi natural, formando-se em 1955.  

Antes do ingresso no Ministério Público, atuou como advogado trabalhista. Em 1963, prestou concurso para o MP da antiga Guanabara, mas foi reprovado por décimos. Na sequência, fez concurso para o MP do antigo Estado do Rio, onde ingressou em 1965, combinando as carreiras de promotor de Justiça e advogado trabalhista.  

No início dos anos 1980, durante a gestão de Leôncio de Aguiar Vasconcellos como presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (AMPERJ), despontou como uma das lideranças políticas que conduziu o movimento “Vigília Institucional”. A busca por melhores condições de trabalho e equiparação dos vencimentos se deu pelas desigualdades estabelecidas pela fusão entre os estados do Rio e da Guanabara. Esta atuação levou a destacar-se como uma das lideranças institucionais. Como parte das ambições da classe, participou dos diálogos do movimento com os candidatos ao governo do Estado do Rio de 1982, solicitando que o procurador-geral de Justiça fosse escolhido a partir de uma lista tríplice definida pela votação dos membros. Eleito, Leonel Brizola cumpriu o acordo feito durante a campanha.  

A lista tríplice foi composta por Nicanor Medici Fischer, Sávio Soares de Souza e Mário Tobias Figueira, sendo Fischer nomeado o 7º procurador-geral de Justiça do novo Estado do Rio de Janeiro, cargo que exerceu entre 1983 e 1984.  

Após a aposentadoria em 1995, permaneceu ligado ao MP por meio de cargos exercidos na AMPERJ, entre eles o de vice-presidente da Associação, entre 2000 e 2004.

Em dezembro de 2021, o procurador de Justiça foi homenageado na 11ª edição do projeto História em Destaque: “Faces do Ministério Público”: O MPRJ em primeira pessoa (leia matéria AQUI). A edição abordou o projeto “Faces do Ministério Público” (veja AQUI) empreendido na gestão do PGJ José Muiños Piñeiro Filho (1999-2003). Desenvolvido entre os anos de 2002 e 2003, com o objetivo de remontar a história do MP Fluminense, o projeto elaborado a partir de um convênio entre o MPRJ e a Fundação Getulio Vargas (CPDOC/FGV) contou com diversas entrevistas de personalidades da instituição.  

Nicanor Medici Fischer faleceu em 17 de novembro de 2023, aos 93 anos.

Por CDM/MPRJ